Desde a chegada do novo coronavírus ao Brasil, a rotina de muitos pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) de São Carlos (SP) mudou. Assim como em outras instituições do estado, o foco principal dos estudos científicos já em andamento foi alterado para o combate à Covid-19.
Pesquisas
Em todas as unidades do estado, há pelo menos 200 projetos relacionados à Covid-19 em andamento na USP. Entre os principais, estão o robô virtual criado na USP em São Carlos, que ajuda a detectar a Covid-19 pelo celular, e o tecido com nanopartículas que eliminam o vírus em apenas dois minutos, em parceria com a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).
De acordo com o pró-reitor de pesquisa da universidade, Sylvio Canuto, estudos de outros temas deram lugar aos que buscam encontrar avanços para o tratamento, diagnóstico e prevenção da doença. Para isso, o esforço coletivo une várias áreas do conhecimento.
“Existe também um projeto de materiais de proteção, máscaras, face shild e etc. Então envolve o pessoal da física, da engenharia, da medicina e também o pessoal ligado à enfermagem. É um esforço em direção a uma solução de um problema específico”, explicou.
Tendência
Na Universidade Estadual Paulista (Unesp) são 105 projetos relacionados à Covid-19. De acordo com a professora e presidente do comitê científico de Araraquara, Célia Nogueira, uma das pesquisas tem relação ao comportamento do coronavírus em pessoas acima do peso.
“Os obesos são grupo de risco para a Covid-19, então nós fomos olhar resultados que nós já tínhamos em relação a um hormônio que é produzido quando a pessoa faz um exercício físico e ele pode ser dado à pessoa para ativar o metabolismo. Nos nossos resultados, nós vimos que esse hormônio estava diminuindo uma proteína que facilita a entrada do vírus na gordura”, contou.
Na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), 79 projetos estão em andamento. O coordenador Marcelo Mori, pesquisa a relação entre diabetes e coronavírus, mas lembra que muitos outros projetos já estão dando resultado, como a certificação de um protocolo para a realização de mais de mil testes por dia.
“E isso foi só possibilitado porque a gente conseguiu avançar trabalhando com empresas de biotecnologia da região para dar suporte e nos tornar bastante independentes do mercado externo”, disse.
Fonte: G1
Foto: Marlon Tavoni/EPTV