A programação do segundo dia de capacitação da diretoria do Sinsaúde contou com palestra do supervisor técnico do Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos), o economista Victor Pagani, que fez um panorama sobre a conjuntura política, com ações positivas do novo governo federal, como a reaproximação com as centrais sindicais e a inclusão dos trabalhadores e movimentos sociais na agenda de discussão.
“Os trabalhadores retornam ao jogo democrático, após terem sido privados da cena no último governo”.
Dados impressionam
Os dados econômicos e sociais ainda preocupam o economista, como a taxa de 18,5% de desocupados e desalentados, a inflação de alimentos alta e o fato de 8 entre 10 famílias estarem endividadas, nesta época de juros nas alturas, com taxa Selic a 13,5%. Sua apresentação sobre “O mercado de saúde e as negociações salariais do setor” impressionou os participantes, principalmente no que diz respeito à implementação do Piso Nacional da Enfermagem. As pesquisas mostram que 54% dos enfermeiros recebem menos do que os R$ 4.750 estabelecido pela lei, ainda suspensa pelo STF (Supremo Tribunal Federal). Para os técnicos de Enfermagem o impacto será ainda maior, porque 82% no Brasil recebem menos que R$ 3.325. Em São Paulo, o índice é 65% abaixo do piso. 49% dos auxiliares serão impactados pelo novo piso de R$ 2.375.
Pagani afirma que o mercado de saúde e suas empresas têm crescido nos últimos anos e que existe margem para absorver em seus custos o novo piso. Ele destaca que a Enfermagem engloba apenas 13% destes custos.