Negociação é tema do segundo dia do Seminário do Sinsaúde

03/04/2023

 “A ação política vem primeiro, depois a ação jurídica”. Assim resumiu o presidente da Federação Paulista da Saúde, Edison Laércio de Oliveira, sobre a atuação sindical, que deve se pautar para busca incessante de uma eficiente negociação, com apoio e em sintonia com os anseios dos trabalhadores. O ex-presidente do Sinsaúde palestrou na manhã de quinta-feira (30), no Seminário Negociações Coletivas de Trabalho, que se encerra nesta sexta-feira, com os painéis que apresentarão modelos e técnicas aplicadas às negociações. Oliveira reforçou a necessidade do dirigente se empoderar de informações necessárias para realizar negociações com eficácia.

 

A programação do segundo dia de capacitação da diretoria do Sinsaúde contou com palestra do supervisor técnico do Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos), o economista Victor Pagani, que fez um panorama sobre a conjuntura política, com ações positivas do novo governo federal, como a reaproximação com as centrais sindicais e a inclusão dos trabalhadores e movimentos sociais na agenda de discussão.

 

“Os trabalhadores retornam ao jogo democrático, após terem sido privados da cena no último governo”.

 

Dados impressionam

 

Os dados econômicos e sociais ainda preocupam o economista, como a taxa de 18,5% de desocupados e desalentados, a inflação de alimentos alta e o fato de 8 entre 10 famílias estarem endividadas, nesta época de juros nas alturas, com taxa Selic a 13,5%. Sua apresentação sobre “O mercado de saúde e as negociações salariais do setor” impressionou os participantes, principalmente no que diz respeito à implementação do Piso Nacional da Enfermagem. As pesquisas mostram que 54% dos enfermeiros recebem menos do que os R$ 4.750 estabelecido pela lei, ainda suspensa pelo STF (Supremo Tribunal Federal). Para os técnicos de Enfermagem o impacto será ainda maior, porque 82% no Brasil recebem menos que R$ 3.325. Em São Paulo, o índice é 65% abaixo do piso. 49% dos auxiliares serão impactados pelo novo piso de R$ 2.375. 

 

Pagani afirma que o mercado de saúde e suas empresas têm crescido nos últimos anos e que existe margem para absorver em seus custos o novo piso. Ele destaca que a Enfermagem engloba apenas 13% destes custos.

 
 

Telefone: (19) 3397-0993
Campinas Centro Empresarial Conceição - 17o andar, sala 1701 Rua Conceição, 233, Centro, Campinas - SP Ver no mapa