Tramar contra os trabalhadores é estratégia de setores patronais

05/09/2024

*Édison Laércio de Oliveira
 
Os trabalhadores da saúde, com pequenas diferenças de meses, realizaram suas campanhas salariais neste primeiro semestre do ano. Os resultados refletem a vontade da categoria. Onde houve mais mobilização dos trabalhadores registrou-se avanços mais substanciosos. Onde a categoria se calou, se retraiu, menores os índices. De uma forma ou de outra, todas as conquistas tiveram a mão preponderante dos dirigentes sindicais.
 
 
A legislação brasileira não obriga o setor patronal a conceder qualquer reajuste nos salários. Portanto, os empresários podem passar anos sem conceder aumentos ou qualquer outro benefício que não esteja previsto em lei... e tudo bem. Para a realização de campanhas salariais positivas é preciso ter a força e mobilização dos trabalhadores. O que assusta o setor patronal é essa força, a disposição de lutar até o fim, ou seja, até a conquista dos objetivos. Se percebem que está todo mundo “nem aí”, não será ele a abrir a carteira para dar.  Não há razão de ser, não é mesmo?
 
 
Concluímos, então, que tudo o que se conseguiu tem o trabalho e o esforço dos dirigentes sindicais que são incansáveis na luta em defesa dos direitos dos trabalhadores da saúde. E, destaque-se, nada é dado. Tudo é conquistado.
 
 
Infelizmente, observamos que nos últimos anos os trabalhadores tem reduzido o seu poder de mobilização. Por vezes os profissionais da saúde são iludidos pelos patrões ou pelos seus prepostos, leia-se chefias e altos cargos que falam mal dos sindicatos e incentivam os trabalhadores a deixarem de ser associados ou se negarem a fazer as contribuições para suas entidades, numa suposta defesa dos trabalhadores.  
 
 
E muitos não conseguem enxergar as artimanhas existentes atrás de discursos aparentemente inofensivos ou até mesmo palavras que sugerem uma suposta defesa dos trabalhadores. Mera ilusão. Tudo o que querem é afastar seus funcionários dos processos de mobilização. Fica aqui o alerta: reflita sobre o que está atrás das palavras de quem quer afastar você do seu sindicato, único representante legal dos trabalhadores. 
 
 
“Em terra de cego, quem tem um olho é rei”. Esse é um ditado popular que mostra que em meio à ignorância, quem tem conhecimento ou expertise sai na frente dos demais. Vamos abrir nossos olhos e não vamos permitir que os astutos mandatários dos estabelecimentos levem os trabalhadores a cegueira. 
 
 
*Édison Laércio de Oliveira é presidente da Federação dos Trabalhadores da Saúde do Estado de São Paulo (Federação Paulista da Saúde)
 

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