A diretora da Federação Paulista de Saúde, Juliana Machado, participou de uma mesa de debates no workshop organizado pela da UNI Global Union, “Juntos, cuidamos, Agenda Global para Pausa e Reflexão, que acontece em Budapeste, na Hungria. Ela relatou a trabalho brasileiro de organizar uma rede nacional de cuidadores e destacou a campanha legislativa para criar o Sistema Nacional de Cuidados.
Juliana Machado destacou os principais tópicos de ação do grupo de trabalho no Brasil, que conta com mais de 200 trabalhadores:
1) “pela campanha legislativa, abrimos um diálogo com o governo federal e Laís Abramo, Secretaria Nacional de Cuidados e Família, coordenadora do Grupo de Trabalho Interministerial responsável de propor o marco conceitual para um plano nacional de cuidados”;
2) “Trouxemos a uma integrante do GTI a México, além dos nossos afiliados, para o seminário UNI Global sobre sistemas nacionais de cuidados”;
3) “Organizamos um intercâmbio (online) entre os membros do GTI e o SEIU Washington, sindicato de cuidadores nos EUA, sobre qual o modelo de sistema conquistado lá”;
4) “Nos reunimos com a relatora do Grupo de Trabalho Legislativo, deputada Sâmia Bonfim, para coordenar ações conjuntas”;
5) “Gestamos uma coordenação com deputado estadual de São Paulo, Dr. Jorge do Carmo, para poder realizar a defesa legislativa em nível federal. Um dos objetivos é a instituição do Dia da Cuidadora no Estado de São Paulo”;
6) “Organizamos uma rede nacional de cuidadores que envolve mais de 200 trabalhadores em diversos estados, fazendo atividades constantes para crescer e começar a engajar no processo legislativo (que também só agora está iniciando).
Hapvida
Entre os assuntos apresentados pela diretora da Federação no evento também foi destacada a campanha “Saúde não é mercadoria”, que relata por meio de depoimentos de trabalhadores a degradação das condições de trabalho nas empresas Hapvida.
A Rede Sindical Brasileira UNISaúde, aliança de sindicatos que representam os trabalhadores da saúde de todo o país, lançou a campanha, em 10 de setembro, para denunciar as péssimas condições de trabalho sofridas pelos trabalhadores da Hapvida. Esta empresa é a maior da história da saúde privada no Brasil – mais de 300 hospitais, 800 clínicas e em rápido crescimento – entre hospitais e planos de saúde, ela atende mais de 10% da população brasileira.
Por meio de vídeos de depoimentos, trabalhadores organizados estão expondo as péssimas condições de trabalho e pedindo soluções para problemas como a falta de pessoal, que resulta em doenças físicas e mentais, ou o assédio gerencial, que também tem um impacto prejudicial à saúde dos trabalhadores.
“Com essa falta de pessoal, com esse assédio, houve um aumento enorme de doenças no hospital. Houve até casos de suicídio”, disse Mª Josefina Da Silva em um dos vídeos da campanha.
Intercâmbio
Participam também dos trabalhos em Budapeste, o diretor da Federação Paulo Gonçalves e a diretora sindical, Regiane Amaro Teixeira, representando a categoria da saúde. Tanto Paulo, Regiane quanto Juliana são também diretores do Sinsaúde Campinas e Região.
Na segunda-feira (16/09), os representantes do Sinsaúde participaram de um painel que abordou as principais questões relacionados ao trabalho ao nível mundial, como assédio moral e sexual, sobrecarga de trabalho, saúde e segurança, ausências de políticas públicas para a igualdade de gênero e que promovam a liderança das mulheres na política.
“Participamos de um intercâmbio com diferentes países. Apresentamos nossa estrutura sindical e conhecemos como funcionam outras entidades. A conclusão é que precisamos nos fortalecer e unidos, buscar soluções locais e globais com apoios, inclusive, de órgãos internacionais”, explicou Juliane Machado.
Para Paulo Gonçalves, a participação do Sinsaúde no workshop representa o compromisso da entidade com os trabalhadores. “O Sinsaúde se destaca por causa de sua estrutura e porque liderou os principais movimentos sociais no Brasil, como o que culminou na implantação da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) no Brasil”, afirmou.
A diretora Regiane Amaro Teixeira ressalta que o Sinsaúde é considerado um dos Sindicatos mais antigos da América Latina e que fará 86 anos em 28 de outubro. “Além de estarmos buscando conhecimento, estamos repassando a nossa experiência, por isso, estamos aqui para contribuir na defesa dos trabalhadores, tanto no âmbito nacional quanto mundial”, disse.
“Os problemas que afetam os trabalhadores são semelhantes no mundo, um exemplo disso é a sobrecarga de trabalho, o desvio de função e os assédios moral e sexual", disse.