As principais Centrais Sindicais do Brasil, entre as quais a UGT, emitiram neste domingo (13) um manifesto no qual externam apoio ao Supremo Tribunal Federal (STF) e condenam Projetos de Emenda à Constituição (PEC) que foram aprovados pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados e permitem que o Legislativo interfira em decisões do Judiciário.
No manifesto, as centrais afirmam discordar dos debates no Congresso que atacam o STF e pretendem “anistiar os golpistas de 8 de janeiro de 2023”. O documento afirma ainda que o avanço destes projetos tem o claro objetivo de atingir a corte, “visando tensionar a relação entre os Poderes, depois que este [STF] colocou limites à farra da emedas parlamentares”.
O documento recebeu destaque na coluna “Painel” da edição deste domingo (13) da Folha de S. Paulo e ganhou eco em sites especializados em política de todo país.
Leia a íntegra do manifesto:
As Centrais Sindicais NCST, CUT, Força Sindical, UGT, CTB, CSB, Intersindical e Pública manifestam atenção e discordância com os debates em curso no Congresso Nacional que atacam o Supremo Tribunal Federal e almejam anistiar os golpistas de 08 de janeiro de 2023.
Novamente colocadas em pauta e deliberadas na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados, as PECs 08/2021 e 28/2024, que tem o objetivo de limitar decisões monocráticas de Ministros do Supremo e permitir a sustação de decisões do STF, e os projetos de Lei 658/2022 e 4754/2016, que visam facilitar o impeachment destes Ministros e atacar o princípio constitucional de autonomia dos Poderes da República, mostram uma agenda orientada por retaliações e ataques às instituições.
Além disso, a mesma Comissão pautou um projeto de Lei para anistiar os golpistas de 08 de janeiro de 2023.
São iniciativas que consistem em ataques deliberados ao STF, visando tensionar a relação entre os poderes, depois que este colocou limites à farra da emedas parlamentares.
Expressamos nosso apoio ao STF e seus Ministros que resistem aos ataques golpistas e sustentam nossos princípios constitucionais, nossas instituições e o próprio equilíbrio entre os Poderes.
Manifestamos intransigente defesa do Estado Democrático de Direito, das suas instituições nos três Poderes e da liberdade.
São Paulo, 13 de outubro de 2024
Moacyr Roberto Tesch Auersvald, Presidente da NCST (Nova Central Sindical de Trabalhadores)
Sérgio Nobre, Presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores)
Miguel Torres, Presidente da Força Sindical
Ricardo Patah, Presidente da UGT (União Geral dos Trabalhadores)
Adilson Araújo, Presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil)
Antônio Neto, Presidente da CSB (Central dos Sindicatos Brasileiros)
Nilza Pereira, secretária geral da Intersindical Central da Classe Trabalhadora
José Gozze, Presidente da PÚBLICA, Central do Servidor
Fonte: UGT-SP