O clima amanheceu tenso na capital federal nesta quinta-feira (14). Uma fonte da UGT-SP informou que, após o atentado registrado no início da noite de quarta (13), o volume de policiamento em locais públicos, principalmente na região da Praça dos Três Poderes foi intensificado ostensivamente. “É um cenário muito diferente do observado em outros dias, quando existe uma certa tranquilidade”, explicou o informante, que preferiu não se identificar. De acordo com ele, o local, normalmente, recebe muitos turistas mas amanheceu deserto.
A Polícia Federal trata como ato terrorista a detonação das bombas, segundo informou o diretor-geral da corporação, Andrei Rodrigues. Após a instauração de inquérito uma equipe de policiais federais localizou, no interior de Santa Catarina, a ex-mulher de Francisco Wanderley Luiz, autor do ataque à bomba na Praça dos Três Poderes. Em matéria publicada no site G1, a jornalista Daniela Lima informou que a mulher revelou a real intenção do terrorista: assassinar o ministro Alexandre de Moraes.
Para especialistas ouvidos pela UGT-SP, o ato criminoso reduz muito a chance de anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro. Até mesmo deputados ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro, que tentam conseguir perdão para os envolvidos nas invasões, veem como remotas quaisquer chances após o ataque desta quarta.
O ministro Alexandre de Moraes deu declarações nas quais deixa claro seu posicionamento. “A impunidade vai gerar mais agressividade, vai gerar, como a pessoa que se suicidou ontem, a tentativa que ele escreveu, de "revolução". Então as autoridades públicas, aqueles que defendem a democracia, devem se unir exatamente para que haja a responsabilização, para que haja uma regulamentação das redes sociais. Não é possível mais esse envenenamento constante pelas redes sociais”, escreveu.
Moraes atribuiu ainda a ação terrorista a um trabalho sistemático de disseminação de informações desencontradas e fake news, que, apesar de combatido, ainda tem eco no país. Segundo ele, o clima de ataques à democracia foi "se avolumando sob o falso manto de uma criminosa utilização da liberdade de expressão". Para o ministro, isso "é um contexto que se iniciou lá atrás, quando o famoso gabinete do ódio começou a destilar discurso de ódio contra as instituições”.
Fonte: UGT-SP