A diretoria do Sinsaúde participou do Encontro Regional do DIEESE, no dia 20 de fevereiro, sobre Estratégias de Negociação Coletiva de Trabalho em 2025. Representando o Sindicato, estavam a vice-presidente, Juliana Karine Machado, Andreina dos Santos Maximiano, Alexssandra da Silva Pires, André Luís Lopes Costa e a advogada Marcia de Mendonça Carvalho. E representando a Federação dos Trabalhadores da Saúde do Estado de São Paulo, estavam a vice-presidente da entidade, Edna Alves, e a diretora do Sindicato de Jaú, Sofia Borges. O encontro aconteceu no Sintercamp (Sindicato dos Trabalhadores em Refeições de Campinas e Região).
Durante o encontro, foram discutidas estratégias e argumentações a serem abordadas nas negociações das convenções e acordos coletivos de trabalho em 2025.
Consenso
Há o consenso entre os sindicalistas que o trabalho decente, baseado nos direitos fundamentais do ser humano, deve nortear as futuras negociações. O conceito lança luzes sobre como deve ser o emprego de qualidade com proteção e diálogo social, como explica a vice-presidente do Sinsaúde, Juliana.
“O conceito de trabalho decente engloba um salário adequado que supra as necessidades dos trabalhadores e que garanta uma vida digna. Já o trabalho deve ser exercido em liberdade, com equidade, saúde e segurança”, disse.
Para a vice-presidente da federação e presidente do Sindicato de Jaú, Edna, as estratégias debatidas no encontro fortalecerão o discurso de defesa da categoria durante as negociações.
“É fundamental participar desse tipo de debate com o DIEESE. Tivemos acesso às estatísticas e aos indicadores das negociações coletivas, fortalecendo nossas bases na busca por reajustes reais. O DIEESE nos mostrou ser possível obter reajustes acima da inflação, mesmo que enfrentemos dificuldades”, disse.
De acordo com o DIEESE, 85% dos reajustes salariais ficaram acima da inflação (INPC) em 2024. Esse foi o melhor resultado desde 2018.
A abordagem sobre a inflação, principalmente dos alimentos, foi um dos pontos que mais chamou a atenção da diretora do Sinsaúde, Andreina. “Os brasileiros sabem o quanto os alimentos pesam no orçamento doméstico. Os preços estão subindo muito, inclusive dos itens básicos. Por isso, o reajuste salarial precisa estar acima da inflação e vamos defender isso nas negociações”, disse.
Meio ambiente
No mercado de trabalho atual, o tema meio ambiente está cada vez mais presente, porque dele também depende a saúde e a segurança do trabalhador. O enfrentamento das altas temperaturas, das chuvas que causam desastres e da crise hídrica são exemplos dos problemas provocados pelas mudanças climáticas extremas que afetam todas as classes de trabalho.
Na área da saúde, por exemplo, é comum a categoria reclamar da falta de ventilação adequada nos setores, seja por falta de ar condicionado ou pela inexistência da manutenção dos equipamentos. Outras reclamações comuns são sobre os espaços de atendimento aos pacientes que estão cada vez menores. As infraestruturas precárias em unidades de saúde, geralmente de atendimento público, são afetadas pelas chuvas e colocam em risco a integridade de trabalhadores e pacientes. São situações que favorecem a contaminação dos trabalhadores, circulação de vírus e a precariedade das condições de trabalho e de atendimento.
O diretor do Sinsaúde, André, destacou que a falta de ventilação adequada é comum nas unidades de saúde, por isso, nas negociações, um dos principais pontos da pauta será sobre a NR-1 (Norma Regulamentadora 1), que estabelece as disposições gerais sobre saúde e a segurança no trabalho.
“Trabalhar num lugar quente, sem ventilação adequada, pode ser considerado insalubre e isso eleva o estresse do trabalhador, afetando sua saúde mental”, alertou.
O Sinsaúde já tem o compromisso de fazer as fiscalizações nas unidades de saúde e, quando o problema não é resolvido, são encaminhadas denúncias ao Ministério Público de Trabalho.
“O encontro foi motivacional e nos fez refletir sobre as argumentações que são positivas e negativas durante uma negociação. Estamos nos preparando para defender os trabalhadores e conseguir uma boa negociação”, disse Alexssandra.
Fonte: Sinsaúde Campinas e Região