Luiz Marinho diz que escala 6x1 "é cruel" e defende redução de jornada semanal para 40 horas

06/03/2025

Em entrevista ao Boa Noite 247, ministro afirmou que o Brasil está pronto para debater novos modelos de trabalho
 
O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, criticou duramente a escala de trabalho 6x1, classificando-a como "cruel" e defendeu a redução da jornada semanal de 44 para 40 horas. Em entrevista ao programa Boa Noite 247, Marinho destacou que a sociedade brasileira está preparada para discutir novos modelos de trabalho que priorizem o bem-estar dos trabalhadores, especialmente das mulheres e da juventude.
 
"Não há coisa mais cruel de regime de jornada do que o seis por um, especialmente para a mulher", afirmou o ministro. Ele explicou que, muitas vezes, o único dia de folga acaba sendo dedicado a tarefas domésticas e cuidados com a família, em vez de descanso ou lazer. "Muitas vezes, a mulher tem um dia só pra folgar. Ao invés de folgar, ela vai trabalhar em casa pra lavar roupa, cuidar dos filhos, cumprir obrigações", disse.
 
Marinho também chamou a atenção para as demandas da juventude, que busca mais do que um dia de descanso. "A juventude não quer simplesmente um dia de descanso. Quer mais: folga para cultura, para educação, para o lazer, para o divertimento", afirmou. Para ele, a escala 6x1 não atende a essas necessidades e representa um modelo ultrapassado. "O seis por um é muito cruel. O que nós precisamos aqui é combinar fatores", completou.
 
O ministro defendeu a redução da jornada semanal de trabalho no Brasil, argumentando que a economia do país está preparada para essa mudança. "A economia brasileira suporta uma redução de jornada de trabalho", afirmou. Ele lembrou que, atualmente, a jornada máxima é de 44 horas semanais, mas sugeriu que esse número poderia ser reduzido para 40 horas. "Hoje a jornada máxima é de 44 horas, mas ela pode comportar uma jornada de 40 horas", disse.
 
Marinho também destacou a importância de o Congresso Nacional debater o tema. "Acho que o Congresso Nacional deveria debruçar-se sobre a redução imediata da jornada de 44 para 40 horas semanais", afirmou. Para ele, essa mudança traria benefícios não apenas para os trabalhadores, mas também para a economia como um todo, ao estimular o consumo e melhorar a qualidade de vida da população.
 
Impactos sociais e econômicos
 
A defesa de uma jornada de trabalho mais curta não é nova, mas ganha força em um momento em que o Brasil busca se recuperar dos impactos da pandemia e enfrenta desafios como a inflação e o desemprego. Marinho argumentou que a redução da jornada pode contribuir para a geração de empregos, ao permitir que mais pessoas sejam contratadas para cobrir as horas de trabalho reduzidas.
 
Além disso, o ministro destacou que uma jornada menor pode melhorar a produtividade e o bem-estar dos trabalhadores, fatores que têm impacto direto na economia. "Trabalhadores mais descansados e com mais tempo para cuidar de si e de suas famílias tendem a ser mais produtivos e saudáveis", afirmou.
 
Um debate necessário
 
A fala de Luiz Marinho reacende um debate que vem ganhando força em diversos países, especialmente após a pandemia de Covid-19, que trouxe à tona discussões sobre a relação entre trabalho, saúde mental e qualidade de vida. No Brasil, a redução da jornada de trabalho já foi proposta em projetos de lei, mas ainda enfrenta resistências, especialmente por parte de setores do empresariado.
 
No entanto, o ministro acredita que o momento é propício para avançar nessa discussão. "O Brasil está pronto para debater novos modelos de trabalho. Precisamos pensar em formas de conciliar produtividade com qualidade de vida", afirmou. Ele defendeu que a redução da jornada é um passo importante nessa direção, capaz de beneficiar tanto os trabalhadores quanto a economia do país.
 
Enquanto o debate segue, as declarações de Luiz Marinho reforçam a necessidade de repensar as relações de trabalho no Brasil, buscando um equilíbrio entre as demandas do mercado e o bem-estar da população. A proposta de uma jornada de 40 horas semanais pode ser o início de uma transformação que coloque o trabalhador no centro das políticas econômicas e sociais. Assista: 
 
 

 

Fonte: UGT

 


 

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