2024: Planos de saúde e administradoras de benefícios lucram R$ 11 bi

19/03/2025

As operadoras de planos de saúde e administradoras de benefícios registraram lucro líquido de mais de R$ 11 bilhões em 2024, um aumento de mais de 270% em relação ao ano anterior.
 
O valor total da receita do setor, no ano passado, foi de cerca de R$ 350 bilhões. O lucro obtido corresponde a 3,16% desse valor. Os dados foram divulgados nesta terça-feira pela ANS, Agência Nacional de Saúde Suplementar.
 
De acordo com a ANS, o desempenho econômico-financeiro foi o mais positivo para o período desde 2020, primeiro ano da pandemia de Covid-19.
 
O resultado foi puxado principalmente pelas receitas das operadoras médicas hospitalares, o principal segmento do setor, que alcançaram lucro líquido de mais de R$ 10 bilhões.
 
Também contribuiu para o resultado a remuneração das aplicações financeiras acumuladas, que totalizaram R$ 120 bilhões ao final de 2024, uma queda de 23% em relação a 2023.
 
 
 
O gerente de Habilitação e Estudos de Mercado da ANS, Washington Alves, destaca que a alta do resultado líquido das operadoras veio basicamente do resultado operacional, que reverteu os números negativos dos anos pós-pandemia.
 
Washington Alves também observou que a receita das operadoras tem aumentado mais do que as despesas, o que indica que essa recuperação foi muito impulsionada pela mensalidade que os usuários pagam, em relação à despesa assistencial.
 
Apesar do cenário positivo, cerca de 28% das operadoras ainda fecharam o ano de 2024 com prejuízo. E 40% estão com resultado operacional negativo, quando os valores recebidos para custeio da assistência à saúde não são suficientes para as despesas assistenciais, de comercialização e administrativas. De acordo com a ANS, no entanto, o volume de prejuízo foi menor do que no ano anterior, mostrando significativa recuperação.
 
Resultado das operadoras médico-hospitalares 
 
As operadoras médico-hospitalares - que são o principal segmento do setor – impulsionaram o resultado positivo total, somando lucro líquido de R$ 10,2 bilhões.
 
O desempenho deste segmento consolida a recuperação do resultado ligado diretamente às suas atividades diretas – com saldo positivo de R$ 4 bilhões na diferença entre as receitas e despesas diretamente relacionadas às operações de assistência à saúde, patamar próximo ao dos anos pré-pandemia de Covid-19. Essa recuperação do resultado operacional se deu em todas as modalidades, exceto autogestões, que tiveram prejuízo operacional na ordem de R$ 2,1 bilhão, superando o prejuízo do ano anterior. 
 
A remuneração das aplicações financeiras acumuladas pelas operadoras médico-hospitalares – que totalizaram R$ 120 bilhões ao final de 2024 - continua a contribuir fortemente com a composição do seu resultado líquido total. Em 2024, o resultado financeiro foi positivo em R$ 8,5 bilhões, reduzindo 23,7% em relação a 2023.
 
“Os dados de 2024 refletem um setor que se reequilibra financeiramente após os desafios dos últimos anos. A recuperação do resultado operacional das operadoras médico-hospitalares e a estabilidade dos rendimentos financeiros indicam um ambiente mais sustentável. A ANS segue monitorando de perto os indicadores econômico-financeiros para garantir que essa trajetória de recuperação se traduza em maior previsibilidade e solidez para o setor, sem comprometer o equilíbrio entre receitas e despesas assistenciais e o atendimento dos beneficiários”, analisa o diretor de Normas e Habilitação das Operadoras da ANS, Jorge Aquino. 
 
 
Fonte: Rádio Nacional e ANS

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