Campanha Salarial 2025, que tem como tema “Esta luta é Minha, é Sua, é Nossa!”, ganhou novo impulso no começo de junho, após a divulgação do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), cujo acumulado de 12 meses é de 5,20%.
As negociações começaram no final de março, quando a categoria aprovou a pauta de reivindicações, com a meta de obter 8% de aumento salarial acima do INPC, cesta básica de R$ 837, cesta de higiene, vale-gás a partir de R$ 150, adicional de insalubridade de 40% e melhoria em outros benefícios.
Com o INPC em mãos, a diretoria do Sinsaúde está mobilizada para acelerar as negociações dos Acordos e Convenções Coletivas de Trabalho, que devem ser assinados com urgência, tendo em vista que a data base da categoria é 1º. de junho. Isso significa que os instrumentos coletivos negociados no ano passado venceram no dia 31 de maio e precisam ser renovados.
O Sindicato tem registrado resultados positivos nas mesas de negociação, como o caso do Centro Médico de Marília, que foi o primeiro ACT fechado, em maio, com aumento de 8% nos salários. Jundiaí e Araras também sinalizam fechamento de acordos com reajuste acima da inflação. As convenções coletivas com o Sinbfir e Sinberf, sindicatos patronais que representam empresas de saúde beneficentes e religiosas, foram assinados com reajustes índices acima do INPC de janeiro.
O diretor Jurídico do Sinsaúde, Paulo Gonçalves, destaca que este é um momento crucial nas negociações, quando é necessária pressão da categoria para avançar na pauta. “O Sindicato enfrenta dificuldades nas negociações quando há pouca participação e apoio dos trabalhadores, porque isso desequilibra a relação com o patrão”, explica.
Lucro das empresas de saúde
Um bom sinal de que as negociações podem alcançar aumentos reais nas negociações é o fato de o salário mínimo paulista ter sido reajustado em 10%, para R$ 1.804, no começo de junho. É um indicativo de que a melhoria da economia abre espaço para a valorização dos salários em geral. No caso das empresas de saúde, os números positivos são exuberantes. Segundo a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), os planos de saúde aumentaram o lucro em 429%, ou seja, multiplicaram em 4 vezes os seus lucros em 2024, chegando a R$ 10,2 bilhões.
Outro número ainda mais impressionante divulgado pela ANS é a remuneração das aplicações financeiras das empresas. Somente em 2024, as operadoras médico-hospitalares ganharam R$ 8,5 bilhões em juros com dinheiro investido (R$ 120 bi) em fundos especiais que mal pagam impostos. Grande parte deste dinheiro rende pelos juros do governo (Selic) que estão em 14,75%.
Para a presidente do Sinsaúde, Sofia Rodrigues do Nascimento, é hora de lutar pela valorização dos salários e das condições de trabalho. “Diante de números tão positivos na economia e para as empresas, realizados por causa dos trabalhadores, a categoria deve exigir valorização dos salários e melhores condições de trabalho. Chamamos todos os trabalhadores da saúde para estarem do lado do Sindicato para fortalecer a luta, que não é fácil, mas é justa”, conclama.
Fonte: Sinsaúde Campinas e Região