A cerimônia de posse da diretoria eleita do Sinsaúde Campinas e Região para a gestão 2025-2030 se tornou uma noite de confraternização, demonstração de força social e de muitas histórias. O bastão da presidência foi passado por Sofia Rodrigues do Nascimento para Edison Laércio de Oliveira, que volta à direção do Sindicato após 10 anos.
O evento recebeu 322 pessoas que ocuparam quatro andares da Sede do Sinsaúde, no Centro de Campinas. A cerimônia foi transmitida por telões a todos os participantes.
“Há 41 anos fiz pela primeira vez este mesmo ritual e muita gente aqui fez parte desta história”, contou Oliveira, que presidiu o Sinsaúde de 1984, após a redemocratização e o fim das intervenções sindicais, até 2015. Dedicou-se por uma década à direção da Federação Paulista da Saúde, a qual ainda preside, e agora retorna à instituição que ajudou a construir. “Fiz questão de fazer esta cerimônia neste prédio, que ajudei a erguer”, lembrou.
Edison contou algumas histórias de lutas do Sindicato, de greves, do período como juiz classista, e das amizades forjadas em suas décadas de sindicalismo, algumas delas estavam sentadas à mesa, como o médico Carlos Alberto Politano, ex-diretor da Associação de Hospitais do Estado de SP, a desembargadora Eliana Felippe Toledo, primeira presidenta do TRT-15, Dário Saadi, atual prefeito de Campinas, o presidente da UGT, Ricardo Patah, e o presidente da UGT-SP, Amaury Mortágua, entre outros.
Em um momento de grande emoção, o presidente do Sinsaúde destacou a presença da ex-diretora do Sinsaúde, de 2000 a 2015, Bernadete Soares Sales, ao lado de sua filha, Isabela Cristina Soares Sales, que assumiu nesta noite pela primeira vez como diretora sindical, dando exemplo de uma geração de sindicalistas que se renova.
Sofia, a nova Tesoureira-Geral do Sinsaúde, relatou em breves palavras emocionadas a luta de dirigir um dos principais sindicatos do País durante a pandemia. “Hoje encerro um ciclo marcante na minha vida. Atravessamos uma pandemia, que nos exigiu resistência e humildade. Vivemos a dor de perdas de colegas, amigos e de um diretor do Sindicato (Paulo Sérgio Pereira da Silva). Passo a presidência com o coração sereno e sei que o sindicato estará em mãos fortes e decididas”, discursou.
Entrega das credenciais
Os 84 diretores do Sinsaúde receberam suas credenciais das mãos das autoridades que compuseram à mesa oficial. Entre os já citados, estavam também: Paulo Haddad, representando o presidente da Câmara de Vereadores de Campinas, Luiz Carlos Rossini, Lucia Lindner, diretora regional da Uni Global Union, Sérgio Del Bianchi Jr., prefeito de São João da Boa Vista, Juliana Machado, vice-presidente do Sinsaúde, Reinaldo Dalur, presidente do Sinsaúde Rio Preto e Murilo Antônio Moraes de Almeida, provedor da Santa Casa de Campinas.
Trabalhadores da saúde, autoridades e lideranças de diversas entidades de classe lotavam o terceiro andar do prédio, em uma demonstração da força social que o Sinsaúde representa. Entre os presentes estavam o presidente do Sinsaúde de Santos, Ademir Joaquim Irussa junto com diretores da entidade, o secretário-geral da UGT, Canindé Pegado, o presidente do Sindiclínicas, Marcos Cara, o presidente da Cohab, Arly de Lara Romêo, o líder de organização da Uni Global Union Brasil, Peter Khuns, o representante regional do Sindhosp, José Benedito, o presidente da Câmara Municipal de Jundiaí, Edicarlos Vieira, e o secretário de movimento sindical do PCdoB, Carlos Artioli.
Saudações à nova diretoria
O prefeito de Campinas, Dário Saadi, homenageou a nova diretoria. “Conheço o trabalho do Sinsaúde há mais de três décadas. Parabéns à categoria por trazer de volta uma das maiores lideranças sindicais do estado”, disse ao elogiar o presidente do Sinsaúde. O vereador Paulo Haddad também desejou sorte para a nova gestão.
Ricardo Patah, presidente da UGT, homenageou as mulheres, que são maioria na categoria da saúde e na diretoria do Sindicato. A direção do Sinsaúde é composta por 47 mulheres e 37 homens. “Uma democracia só é feita com igualdade e com liberdade. Graças aos profissionais da saúde estamos aqui depois de uma pandemia”, destacou.
A diretora da Uni Américas, Lucia Lindner, parabenizou os profissionais da saúde representados pela entidade com filiados em 150 países. “Somos quatro milhões de profissionais da saúde no mundo e precisamos unir a nossa luta”, afirmou.
A vice-presidente do Sinsaúde, reeleita, Juliana Machado, destacou a importância da combinação entre sindicalistas experientes e a entrada de jovens na diretoria. “Vivemos um pacto muito valioso entre as gerações. Quem já vem lutando e quem está chegando, a experiência e a renovação juntas. A saúde do Sindicato é feita de pessoas que lutam, porque esta luta é minha, esta luta é sua e esta luta é nossa”, lembrando o tema da campanha salarial de 2025.
O prefeito de São da Boa Vista, Sérgio Bel Bianchi Jr., disse que acompanha a trajetória do Sinsaúde há mais de 20 anos, quando ainda era vereador. “Sempre tivemos uma relação de diálogo e parceria. Desejo boa sorte a nova diretoria e que tenhamos uma relação profícua neste mandato”.
Expectativas e esperanças
A gestão do Sinsaude 2025-2030 é composta por membros da diretoria anterior e por novas lideranças que surgem dentro da categoria e chegam pela primeira vez no movimento sindical. Os reeleitos renovaram suas forças e inspiram os recém chegados com seu histórico de luta e perseverança.
“Estou pronta para mais cinco anos de luta por nossa categoria. Vamos acreditar e superar todos os obstáculos para nos unir cada vez mais com os trabalhadores”, disse a presidente reeleita da subsede do Sinsaúde em Dracena, Nilza Azevedo.
Assumindo pela primeira vez a diretoria da subsede em Marília, Jaqueline Bravo, que trabalha no Hospital Universitário, está cheia de energia. “Temos desafios, mas vamos à luta pela categoria”, disparou. Sua colega de diretoria, Patrícia Adão, também foi eleita pela primeira vez e está entusiasmada. “Temos muitos projetos para ativar nos hospitais da região e na Santa Casa onde trabalho e as negociações da campanha salarial estão a todo vapor”, destacou.
Isabela Soares Sales, a nova diretora cita por Edison, aprendeu a gostar do Sindicato frequentando as reuniões e eventos com sua mãe, Bernadete. Agora, com 31 anos, ela faz parte do quadro de sindicalistas pela primeira vez. “Cresci aqui. Vinha quando tinha 7 ou 8 anos. Essa convivência foi me cativando e me formando. Quando surgiu o convite para fazer parte do Sindicato aceitei na hora”, conta ela que já enfrente as agruras de ser sindicalista. Devido a sua eleição, ela foi demitida ilegalmente de um dos seus trabalhos, no hospital da Rede D´Or, em Campinas. Mas o Sindicato saiu em sua defesa e a justiça a mandou reintegrá-la. O processo aguarda recurso.
O presidente do Sinsaúde, Edison Laércio de Oliveira, lembrou em seu discurso que a diretoria sindical saiu de dentro da categoria e que a luta dos sindicalistas é difícil por enfrentar uma ideia massificada pela mídia e por patrões que o Sindicato está contra os trabalhadores. “Sem o Sindicato é muito pior”, pondera. “Não é possível aceitar empresas com bilhões de lucro que querem parcelar reajuste de 5% nos salários e cometem os maiores desmandos contra os trabalhadores. Precisamos fortalecer as negociações coletivas. Vamos fazer nossa categoria ser valorizada de novo”, promete.
Fonte: Sinsaúde Campinas e Região