Nota das Centrais Sindicais Sanções dos EUA a Alexandre de Moraes são ataques unilaterais ao Brasil

01/08/2025

Em mais uma manobra imperialista contra as instituições brasileiras, o governo de Donald Trump impôs sanções arbitrárias ao ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes. A medida, divulgada em 30 de julho de 2025 pelo Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC), acusa o ministro de supostas ações contra cidadãos brasileiros e norte-americanos e anuncia uma série de restrições dirigidas a ele.
 
 
As acusações, no entanto, são falsas. A ideia de que existem ações contra a população dos EUA esconde o incômodo de Trump com a regulação das gigantes da tecnologia no Brasil. O STF tem atuado com firmeza e de acordo com a Constituição para proteger a população de crimes digitais e do uso abusivo das redes sociais – medidas que se restringem ao território nacional.
 
 
O que está em curso é uma tentativa de impor uma dominação cultural por meio das Big Techs. Ao contrário do que diz a nota, é o governo americano que quer interferir na nossa política, na nossa sociedade e na nossa economia.
 
 
Mais grave ainda é o conluio entre Trump e golpistas, na tentativa de livrar da Justiça aqueles que atentaram contra a nossa democracia e que, de forma chocante, planejaram os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice Geraldo Alckmin e também do ministro Alexandre de Moraes. Traidores da pátria, Jair Bolsonaro e seu filho Eduardo, inconformados com a derrota na eleição presidencial, seguem tramando contra os interesses do povo brasileiro e articulando uma agenda autoritária que visa apenas à autopreservação e ao alinhamento submisso aos EUA.
 
 
A ofensiva do governo dos EUA representa uma escalada de ataques unilaterais contra a soberania brasileira. São atitudes que revelam um perfil nitidamente imperialista. Mas Trump se engana ao imaginar que o Brasil se curvará diante de suas ameaças.
 
 
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o Supremo Tribunal Federal têm reagido com firmeza e dignidade, fazendo valer a Constituição e defendendo os interesses do povo brasileiro. Diante dessa ameaça, é urgente que o Congresso Nacional e a sociedade civil organizada se unam em uma ampla concertação nacional em defesa da democracia, da soberania e do Estado de Direito.
 
 
 
São Paulo, 30 de julho de 2025
 
Sérgio Nobre, presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores)
 
Miguel Torres, presidente da Força Sindical
 
Ricardo Patah, presidente da UGT (União Geral dos Trabalhadores)
 
Adilson Araújo, presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil)
 
Moacyr Tesch Auersvald, presidente da NCST (Nova Central Sindical de Trabalhadores)
 
Antonio Neto, presidente da CSB (Central dos Sindicatos Brasileiros)
 
 
 
 
 Carta aberta ao Ministro Alexandre de Moraes
Ao Excelentíssimo Ministro do Supremo Tribunal Federal

Prof. Dr. Alexandre de Moraes
 
 
 
O senhor foi indicado ao STF pelo presidente Temer e o destino tem seus mistérios. Foi graças ao senhor e aos demais ministros comprometidos com a Constituição que conseguimos evitar um golpe que seria terrível e que poderia resultar em milhares de mortes.
 
 
 
A trajetória da democracia nestes dias conturbados tem sido difícil, mas como dizia Riobaldo, “viver é muito perigoso”. Estamos vivos e devemos enfrentar os perigos. Vossa excelência tem enfrentado os desafios deste mundo líquido e maneira corajosa e merece nossos aplausos e respeito. 
 
 
 
Quando, por meio de uma lei absurda, urdida às escancaras por traidores da pátria - um deles ganhando dinheiro público para tramar contra o país -, vossa excelência é atingida, todos nós o somos. 
 
 
 
A maioria de nós, trabalhadores, nunca foi à Disney e vivemos muito bem. Ao Pateta e ao Pato Donald, preferimos o Saci e a Iara. Às praias da Flórida, preferimos as do Nordeste. Aos ultraprocessados americanos, preferimos a tapioca e o açaí. Afinal, como canta Xangai, “Se farinha fosse americana, Mandioca importada, Banquete de bacana, Era farinhada”. O título dessa música diz muito de nós: “Nóis é Jeca, mas é joia”. 
 
 
 
Receba, vossa excelência, o abraço solidário de um trabalhador que vem das greves históricas do ABC e que sabe o que é enfrentar uma ditadura verdadeira. Não esmoreça, o Brasil conta com sua dignidade e dos demais ministros que não se curvam aos interesses mesquinhos e personalistas de quem não tem projeto de país, apenas projeto de poder. 
 
 
 
E a propósito, “Vai Corinthians!”.
 
 
 
Enilson Simões de Moura – Alemão
 
Membro do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável
 
Vice-Presidente Nacional da União Geral dos Trabalhadores - UGT
 

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