Planejamento e instrumentos coletivos são temas de segundo dia de capacitação da diretoria do Sinsaúde Campinas

14/08/2025

Planejar, organizar e coordenar as ações sindicais foram algumas das lições fundamentais deste segundo dia de capacitação da diretoria do Sinsaúde, gestão 2025-2030, que acontece até a sexta-feira, na Colônia de Férias da Federação Paulista da Saude, em Praia Grande. O professor Mário Lopes realizou uma dinâmica com duas turmas de diretores, a dos novos e dos veteranos, conscientizando sobre a importância da preparação para os desafios do sindicalismo.

“Sindicalismo é feito com planejamento, organização e coordenação, com espaço para improvisação que deve ser sempre feita com conhecimento de causa”, explica o instrutor, ressaltando que é preciso adaptar-se às particularidades, mas sempre manter a coesão do plano.   

Divididos em subsgrupos, os diretores desenvolveram suas capacidades de dialogar, preparar e ponderar suas ações antes de realizá-las. O diretor André Luís Costa, da subsede de Americana, em sua primeira experiência como sindicalista, assimilou a lição. “Mesmo no improviso, a gente tem que se organizar para agir”, afirmou. “Precisamos nos munir de informações para agir com certeza”, avaliou a diretora Regiane Teixeira.

Presença na base

O presidente do Sinsaúde, Edison Laércio de Oliveira, completou a lição lembrando o processo de construção das conquistas dos benefícios que figuram nos acordos e convenções atualmente e sobre a necessidade de estar sempre alerta para enfrentar os ataques aos direitos adquiridos com muita luta. “O capital está sempre atacando as conquistas trabalhistas, porque estão muito bem organizados. Precisamos ter um discurso coeso, unidade nas negociações e estarmos presentes junto ao trabalhador. Lugar de dirigente sindical é na base, junto com o povo”, ensina.

Estrutura Sindical

O professor Mário Lopes introduziu os diretores aos conceitos que formam a estrutura sindical brasileira, hierarquizada, tendo como base os sindicatos de categorias, que defendem os interesses dos trabalhadores de um certo setor, como é o caso do Sinsaúde, representante dos trabalhadores da saúde em estabelecimentos privados.

As federações são formadas por entidades sindicais do mesmo setor e têm a função de organizar e propor pautas gerais para a categoria em âmbito estadual, como é a Federação Paulista da Saúde.

Já as confederações unem as federações de diferentes estados e tem atuação nacional. Finalmente, as centrais sindicais, como a UGT (União Geraldo dos Trabalhadores), a CUT, a CTB, a Força Sindical, entre outras, unem entidades representativas de setores diversos e defendem o desenvolvimento de políticas nacionais para os trabalhadores em geral.

Diretores se aprofundam em negociações, acordos e convenções

O diretor Jurídico do Sinsaúde, Paulo Gonçalves, fez uma apresentação para o grupo de novos diretores sindicais sobre os instrumentos coletivos: os acordos coletivos de trabalho (ACT) e as convenções coletivas de trabalho (CCT), instrumentos legais que carregam a história de luta dos trabalhadores da saúde e superam em muitas cláusulas o que está previsto em lei.

O primeiro, o ACT, é um contrato firmado diretamente com a empresa e contém além dos índices anuais de reajuste salarial, a manutenção dos benefícios que os trabalhadores daquela empresa usufruem, fruto de uma trajetória de negociações e lutas que representam a força daquele grupo de profissionais. Alguns deles são: cesta básica, adicional noturno de 40%, auxílio-creche, jornada especial de 180 horas, entre tantas outras.

A segunda, a CCT, é um contrato assinado entre o Sinsaúde e os sindicatos que representam os patrões. Este documento também é fruto de muita negociação e têm uma abrangência mais ampla, reconhecendo direitos para milhares de profissionais de hospitais, clínicas e laboratórios espalhados pela área de atuação do Sindicato.

Paulo Gonçalves aprofundou noções jurídicas da atuação do Sindicato tanto nas negociações, processos judiciais, como os passo a passo legal para a realização de uma greve.  O diretor Jurídico também ressaltou a importância de se defender junto à categoria as contribuições dos trabalhadores para manter a estrutura sindical. “Tudo o que o Sindicato faz e realiza em prol da categoria, como as negociações, ações judiciais, estrutura social e assistencial, depende das contribuições dos trabalhadores. Se opor a isso é se opor a todos os benefícios que o Sindicato proporciona”, explica.

Projeto Cuidar de quem cuida

A enfermeira Kelly Bezerra, pós-graduada em saúde do trabalhador, apresentou à diretoria do Sinsaúde, nesta quarta, o Projeto Cuidar de quem cuida, que é uma série de ações e pesquisas para conhecer e identificar nas empresas as situações e condições de trabalho que podem prejudicar o trabalhador e oferecer soluções que melhorem o bem-estar no trabalho. “O risco sempre existe, mas é preciso controlar. Precisamos desenvolver um olhar holístico, uma visão global do local de trabalho, para antecipar e agir de forma assertiva. É preciso cuidar de quem cuida”, afirma.

O projeto tem um amplo espectro de análise e atuação, com dados epidemiológicos, estudo de ambiência e respeito às leis de descanso, além de oferecer serviços. “É preciso valorizar a CLT, a NR-1, a NR-32, promover a saúde e prevenir as doenças”, finaliza.

Programação

3º. Dia – 14/08
Formulação do Planejamento Estratégico
Cálculo de Homologação
Principais lutas setor da saúde: NR-32 e jornada de trabalho 
Princípios de comunicação

4º. Dia – 15/08
Vendendo benefícios e o valor dos serviços
Educação profissional
Avalição do Evento

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