O segundo dia do Seminário de Capacitação da diretoria do Sinsaúde Campinas e Região, nesta quarta-feira, 17 de setembro, começou com palestras que reafirmaram a centralidade da formação sindical para a defesa da categoria. Ao longo da manhã, os dirigentes mergulharam em reflexões sobre saúde e segurança no trabalho, aspectos políticos das normas regulamentadoras e os riscos da terceirização e privatização da saúde.

 

A primeira palestra foi conduzida por Marcelo Serafim, que abordou o tema CIPA+A, destacando as obrigações e responsabilidades dos cipeiros e o papel crucial do dirigente sindical na construção de ambientes de trabalho mais saudáveis. Em sua fala, Marcelo ressaltou que a CIPA não deve ser tratada apenas como uma obrigação legal, mas como um espaço estratégico de resistência e de defesa da vida do trabalhador, especialmente em setores tão marcados pela sobrecarga, pela pressão e pelo risco de adoecimento como é o caso da saúde.

 

Na sequência, o professor e psicanalista Mário Lopes trouxe a palestra “Aspectos políticos e sociais da NR 01”, chamando a atenção para como a norma regulamentadora, que estabelece disposições gerais sobre saúde e segurança do trabalho, deve ser compreendida não apenas no aspecto técnico, mas também como ferramenta política de garantia de direitos. Para Mario, é fundamental que os dirigentes compreendam a dimensão social da norma, pois ela se conecta diretamente às condições de trabalho e à luta contra retrocessos impostos por interesses econômicos que tentam reduzir a proteção laboral.

 

Encerrando a programação da manhã, o coordenador jurídico do Sinsaúde, Fábio Augusto de Oliveira, trouxe uma análise aprofundada sobre “OSs, Consórcios e intervenções em estabelecimentos de saúde”, mostrando os impactos negativos desses modelos de gestão na saúde pública e na vida dos trabalhadores. Fábio reforçou que a intervenção sindical é indispensável para denunciar abusos, fiscalizar recursos públicos e proteger a categoria diante da expansão dessas práticas que minam a qualidade da assistência e a valorização do trabalhador.

 

Para o presidente do Sinsaúde, Edison Laércio de Oliveira, o seminário evidencia o caminho a ser seguido. “A formação é a base da nossa luta. Estar preparados é garantir que nenhum direito seja perdido e que a valorização do trabalhador da saúde siga como prioridade”, afirma.

 

 

Fonte: Sinsaúde Campinas e Região