Destaques
- 17,9% dos jovens brasileiros entre 14 e 29 anos estavam sem trabalho e sem estudar no 2º trimestre de 2025. Em números absolutos, é o equivalente a 8,9 milhões de pessoas. A quantidade, que já vinha caindo, é a menor dos últimos 10 anos.
•60% desses jovens estavam envolvidos em outras atividades. Apenas 2% disseram que não queriam trabalhar.
•A taxa de desocupação dos jovens caiu para o menor nível da série da Pnad Contínua/IBGE: 10,2%.
•O rendimento médio desse grupo populacional foi de R$ 2.314, valor 38% menor do que o dos ocupados com 30 anos ou mais.
•43% dos jovens ocupados ganhavam um salário mínimo ou menos. •Quase metade (47%) dos jovens ocupados era celetista.
•A taxa de informalidade dos jovens era de 39,5%.
•41% dos jovens tinham jornadas superiores a 40 horas semanais.
No 2° trimestre de 2025, cerca 8,9 milhões de jovens brasileiros entre 14 e 29 anos, que representavam 17,9% de uma população de 49,5 milhões de pessoas, estavam sem trabalho e fora da escola. Chamados por muitos de nem-nem, porque não trabalham ou estudam, eles experimentam uma realidade diferente da vivida pela juventude de outros países e, por essa razão, não deveriam receber essa denominação. Não se trata apenas de diferenças metodológicas na forma como se mensuram os dados no Brasil em relação a outros países mas o termo nem-nem dá a entender que há passividade dos jovens diante do mercado de trabalho.
No caso brasileiro, o termo adequado seria sem-sem, pois os dados indicam que:
•É uma fase passageira. Ficar sem trabalho e fora da escola é, em geral, situação transitória ou eventual e acontece porque os jovens estão mais propensos a aceitar postos de trabalho precários, sem estabilidade e com alta rotatividade de mão de obra.
•Há relação com a situação socioeconômica do jovem. Jovens provenientes de lares mais pobres chegam ao fim do ensino médio com um leque mais estreito de oportunidades e enfrentam dificuldades na transição escola-trabalho. Os jovens em domicílios com melhores condições socioeconômicas têm mais chances de continuar estudando após o ensino médio
•Os jovens não estão, de fato, parados. A maior parte dos chamados nem-nem está em busca de trabalho enquanto cuida de outras tarefas ou realiza cursos não regulares. Aliás, boa parte são mulheres jovens que exercem tarefas domésticas, embora não consideradas como força de trabalho.
•Parcela muito pequena dos jovens afirmava não querer trabalhar. Muitas vezes, o que impede os mais jovens de frequentar a escola ou de conseguir um emprego tem mais a ver com a situação do mercado de trabalho e com as alternativas ocupacionais que lhes são ofertadas do que com falta de empenho. Este Boletim pretende traçar um panorama atual das condições enfrentadas pela juventude que entra no mercado de trabalho no Brasil.
Fonte: Dieese