O Sinsaúde da Saúde de Campinas e Região (Sinsaúde) esteve nesta segunda-feira (6) no Hospital Hapvida, de Limeira, após denúncia de que trabalhadores da área administrativa e um motorista de ambulância da unidade sofreram agressões e ameaças por parte de um paciente durante a manhã. O Sindicato publicou uma nota de repúdio às agressões e enviou pedido de reunião com a administração do hospital, para o dia 13, com o objetivo de discutir medidas que possam trazer mais segurança para os trabalhadores desta e de outras unidades. O Sindicato tem um advogado criminalista acompanhando o caso e também buscará o Ministério Público para discutir um protocolo a ser desenvolvido junto às unidades de saúde que possa aumentar a segurança dos trabalhadores.
O diretor Jurídico do Sinsaúde, Paulo Gonçalves, esteve no hospital, conversou com trabalhadores e aponta irregularidades na estrutura do Hospital Hapvida de Limeira. “Assim que tomamos conhecimento do ocorrido, nos dirigimos imediatamente à unidade. Acompanhado da presidente em exercício, Juliana Machado, fomos prestar apoio direto aos trabalhadores que vivenciaram momentos de grande tensão e medo”, relata.
O Sindicato identificou problemas estruturais na unidade que precisam ser corrigidos com urgência, sob pena de exposição permanente dos trabalhadores a riscos inaceitáveis. Por isso, entrou em contato com a coordenadora nacional do Hapvida para pedir uma reunião. O BAEP (Batalhão de Ações Especiais de Campinas), que atendeu a ocorrência, também identificou pontos críticos, como ausência de segurança armada na unidade e falta de rota de fuga e saída de emergência no setor administrativo superior da unidade.
O caso de Limeira
Um usuário do sistema de saúde, de 63 anos, ameaçou com uma arma - que em um segundo momento foi identificada como um equipamento de airsoft - e obrigou o motorista da ambulância a levá-lo ao hospital Hapvida, de Limeira.
Chegando ao local ameaçou duas trabalhadoras e fez uma de refém por alguns minutos, até a chegada da Polícia Militar. O agressor, cuja identidade foi preservada pela Polícia, estava revoltado com a falta de um medicamento especial para dor, que recebe somente em Ribeirão Preto. Ao retornar da consulta naquela cidade sem fazer a manutenção do neuroestimulador lombar, pegou o simulacro de arma e exigiu ser levado ao Hapvida para “resolver o problema”, segundo relatos.
A situação mostrou que há um despreparo das empresas em lidar com situações de violência contra os profissionais dentro das unidades de saúde. Casos como este têm se repetido em diversas partes e é preciso criar protocolos que impeçam uma epidemia de agressões contra trabalhadores da saúde.
Compromisso do Sindicato
O Sinsaúde Campinas está acompanhando o caso de perto e prestará todo o suporte necessário aos profissionais da unidade.
A presidente em exercício do Sinsaúde, Juliana Machado, reitera que nenhum trabalhador deve se sentir desamparado. “Se as providências não forem adotadas pela empresa, o Sindicato encaminhará representação formal ao Ministério Público do Trabalho e aos órgãos competentes, exigindo medidas de segurança e adequação estrutural”, afirma.
O presidente da subsede do Sinsaúde em Limeira, Leandro Barreto, destaca que o Sindicato buscará medidas protetivas aos trabalhadores e que o seu compromisso é garantir condições dignas, seguras e humanas de trabalho aos profissionais. “O caso tem repercutido muito mal nas mídias, com comentários que nos preocupam. Trabalhar na saúde já é, por si só, uma missão árdua; não podemos permitir que se torne também um risco à vida”, destaca.
Situações semelhantes vêm sendo registradas em outras unidades, como a PUC-Campinas, onde recentemente uma técnica de enfermagem foi agredida por um usuário e também na cidade de Campo Limpo Paulista.
Fonte: Sinsaúde Campinas e Região