Presidente e diretoria do Sinsaúde participam de audiência pública sobre violência contra a enfermagem

19/11/2025

O presidente do Sinsaúde e da Federação da Saúde no Estado e São Paulo, Edison Laércio de Oliveira, participou de mesa da audiência pública, na Câmara Municipal de Campinas, hoje (18/11), para discutir sobre aumento dos casos de violência física, psicológica e moral sofridos pelos profissionais da enfermagem. A diretoria do Sinsaúde também esteve presente no encontro realizado no Plenário José Maria Matosinho e organizado pelo Sinsaúde, entidades sindicais de Campinas, Coren-SP (Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo) e Confen (Conselho Federal da Enfermagem).
 
O diálogo entre poder público, entidades e população teve o objetivo de buscar soluções para o enfrentamento à violência por meio da elaboração de políticas públicas e projetos de leis.
 
O Sinsaúde está empenhado em pôr fim à violência contra os profissionais de saúde em Campinas e região. Durante a audiência pública, Edison Laércio destacou que a culpa pela violência nunca é do profissional da saúde. “E sim de um sistema, público e privado, que precisa melhorar. Não vamos tolerar agressões contra os trabalhadores da saúde. Contamos com um corpo jurídico de excelência, por isso, convoco a categoria a denunciar e buscar o apoio do Sindicato”, afirmou.
 
Durante a audiência, ele ainda destacou uma das ações do Sinsaúde, o lançamento da campanha “Saúde, SIM! Violência, NÃO!”, que aconteceu no dia 3 de novembro, para sensibilizar a população e chamar a atenção da categoria para denunciar.
 
Agressões verbais e físicas são crime!
 
O conselheiro federal do Cofen, Antônio Francisco Luz Neto, enfatizou que a agressão contra profissionais de enfermagem não é desabafo. “É crime! Por isso, precisamos debater esse tema. Cada enfermeiro, auxiliar e técnico de enfermagem tem o direito de exercer sua profissão com dignidade, segurança e respeito. Violência verbal, física, moral ou institucional não pode ser normalizada”, afirmou.

Por mais contratações
 
A vice-presidente do Sinsaúde de Campinas, Juliana Machado, afirmou que a contratação de mais profissionais da saúde, com remuneração digna, é essencial para a melhoria do atendimento nas unidades. Já que atualmente, a categoria recebe pouco, trabalha demais e muitas vezes em mais de uma unidade de saúde. “E ainda enfrenta violência como resposta à demora no atendimento, já que as equipes não conseguem acompanhar a demanda, que cresce continuamente, especialmente nas unidades públicas”, afirmou.
 
Secretaria da Saúde reconhece falhas
 
A coordenadora da atenção primária do Departamento de Saúde de Campinas, Rejane Maria Rios Fleury Trautwein, representou o executivo municipal e a secretaria de saúde na audiência.
 
Segundo Rejane, a secretaria de saúde reconhece que a demora no atendimento é um dos geradores da violência contra os profissionais.
 
“A gente sabe que os processos de trabalho muitas vezes impulsionam, provocam, a violência. Estamos revisando os fluxos de procedimento e criando atendimento de acolhimento por equipe e aumentando a oferta de cuidados para a população”, disse.
 
A violência também é contra o gênero feminino
 
O primeiro secretário do Coren-SP, Wagner Batista, também participou da audiência e enfatizou que a pauta da violência precisa avançar com políticas públicas urgentes.
 
Ele destacou que Campinas e região têm cerca de 40 mil profissionais de enfermagem que estão na linha de frente, atuando em estruturas fragilizadas.
 
Ainda segundo o secretário, 86% desse contingente é formado por mulheres. Isso significa que a violência enfrentada pela categoria vai além da complexidade que provoca atrasos nos atendimentos. Para ele, pode ser considerada uma violência contra o gênero feminino, o que exige uma resposta adequada e proporcional à sua gravidade.
 
“É hora de construirmos leis municipais que protegem os profissionais da saúde, as mulheres, e de executarmos ações intersetoriais entre segurança pública, assistência social, apoiadas por campanha educativas e de conscientização. A violência não é um problema da saúde, é um problema da sociedade”, afirmou.

Pesquisa revela números assustadores
 
Recentemente o Coren-SP, realizou um levantamento que evidenciou: 80% dos profissionais de enfermagem já sofreu algum tipo de agressão física ou psicológica. Os tipos mais frequentes são agressões verbais (88,8%), psicológicas (78,7%) e físicas (21,1%).
 
 
Fonte: Sinsaúde Campinas e Região

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