O Hospital do Guarujá está funcionando de forma parcial desde o dia 4 de dezembro. Parte dos funcionários foi dispensada para cumprir aviso prévio em casa, enquanto apenas o setor ambulatorial segue em operação. Os serviços de pronto atendimento e internações continuam suspensos.
Segundo apuração do Sintrasaude, a atual administração — responsável por um hospital particular — enfrenta dificuldades há anos para manter os pagamentos em dia. O principal motivo apontado é o atraso nos repasses de convênios de operadoras de saúde, situação que levou ao acúmulo de uma dívida estimada em R$ 10 milhões, incluindo salários, FGTS, convenções e acordos coletivos em aberto.
Funcionários aguardam pagamentos e recorrem à Justiça
De acordo com o presidente do sindicato, Ademir Irussa, muitos funcionários acumulam meses de vencimentos atrasados, além de depósitos de FGTS não realizados. Diante da instabilidade, diversos trabalhadores ingressaram com ações judiciais para solicitar a rescisão indireta dos contratos, buscando garantir o recebimento dos valores devidos.
“São profissionais que já não tinham condições de continuar exercendo suas funções sem a segurança mínima de pagamento. Muitos recorreram à Justiça para assegurar seus direitos”, afirmou Irussa.
Sindicato aciona Ministério Público
O Sindicato acompanha a situação há quase três anos e informou que protocolou uma denúncia no Ministério Público. O órgão já instaurou um Procedimento Preparatório, etapa inicial para investigar possíveis irregularidades na administração do hospital e nas relações trabalhistas.
Prefeitura diz acompanhar negociações, mas lembra que hospital é particular
A Prefeitura de Guarujá declarou que acompanha o caso desde a saída da antiga gestora — que era conveniada ao SUS — e que vem intermediando reuniões entre os proprietários e possíveis investidores interessados em assumir a unidade. No entanto, reforçou que o hospital é uma instituição privada e que a decisão final sobre qualquer negociação é de responsabilidade dos donos.
Enquanto isso, parte dos trabalhadores segue ativa no setor ambulatorial, e outra aguarda o pagamento dos valores em atraso. A incerteza quanto ao futuro da unidade preocupa funcionários e moradores, que temem um impacto ainda maior na oferta de serviços de saúde na região caso o impasse não seja resolvido.
Fonte Sintrasaúde