A União Geral dos Trabalhadores (UGT) recebeu, na tarde desta terça-feira (06), em sua sede, em São Paulo, o ministro da Fazenda Henrique Meirelles e o secretário da Previdência do Ministério da Fazenda, Marcelo Caetano para ministrarem a palestra: “Situação das contas Públicas para retomar o crescimento com distribuição de renda e justiça social”.
A visita a sede ugetista é o primeiro encontro do ministro da Fazenda com a classe trabalhadora. Ricardo Patah, presidente da entidade, enfatizou que é preciso ampliar o dialogo entre governo e sociedade e que da maneira que está sendo apresentada essa mudança, na correria e às pressas, a UGT e muito provavelmente as demais centrais sindicais não aceitarão.
“Quando pensamos em mudanças na Previdência, esse é um tema muito sensível para se aprovado da maneira que está sendo apresentado, de uma forma muito radical. Não vamos aceitar essa proposta da forma que está, vamos insistir que essas mudanças que não devem acontecer justamente em cima das pessoas que fazem parte das camadas mais pobres”, afirmou Patah.
Segundo o presidente ugetista, o Brasil é um País em que a população já tem uma determinada dificuldade de alcançar as exigências mínimas para a aposentadoria sem uma idade mínima, com essas regras que o governo está propondo, muitas pessoas não se aposentarão, pois temos estados em que a expectativa de vida da população é de 70 anos, segundo estudos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Patah reforçou que a UGT entende que é preciso que haja uma reforma na aposentadoria, mas tenha como foco principal a unificação de todo o sistema, para que não tenha mais diferenciação entre categorias. “Precisamos acabar com privilégios, todos somos iguais, só não podemos igualar a aposentadoria entre homens e mulheres, uma vez que nossas trabalhadoras além de ganhar um salário menor do que os seus companheiros, em muitos casos elas são obrigadas a cumprir duplas ou triplas jornadas de trabalho”, disse o dirigente.
Henrique Meirelles ressaltou que o sistema previdenciário está em colapso, pois o déficit no setor vem aumentando muito e num ritmo acelerado, por isso não é possível esperar o pior acontecer, é preciso que algo seja feito agora. “Essa é uma proposta que visa beneficiar governos futuros, pois hoje o ministro é o Meireles, amanhã será outro, ontem tínhamos uma presidente, que já mudou e logo este atual também será mudado, então nossa proposta pensa na sustentabilidade do país e do sistema.
“O país precisa assegurar diversas coisas, entre elas que a economia volte a crescer e que postos de trabalho voltem a ser criados”, destacou Meirelles que esclareceu que a visita a UGT é o início de uma conversa entre o governo e a sociedade.
Segundo Marcelo Caetano, a ideia do governo é que todo o sistema previdenciário seja unificado para que não haja nenhum grupo que se beneficie.
O secretário reforçou que a fragilidade das contas públicas reforça a necessidade das reformas. “O governo buscou não aumentar tributos, ao invés disso visou rever renuncias fiscais e corrigir um déficit estrutural, já que no Brasil se vive mais”.